segunda-feira, 29 de junho de 2015

Delicias de festas juninas - canjica.




E o desafio do dia foi preparar canjica com amendoim para satisfazer a vontade do marido. Até então eu nunca havia me proposto a fazer tal iguaria. Confesso que o resultado me surpreendeu: simples, fácil e com sabor de infância.
Para comemorar o dia de São Pedro ,o primeiro papa da igreja segundo a recomendação de Jesus :  "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja",  aí vai a receita para este dia frio de inverno brasileiro.

Ingredientes:

- um pacote de milho para canjica
- 11/2 l de água
- cravo e canela em pau a gosto
- 700 ml de leite
- 1 lata de leite condensado
- 1 vidro de leite de coco
- 2 xícaras de amendoim torrado e triturado

Como fazer...

1. Deixe a canjica de molho em água de 10 a 12 horas;
2. Despeje a canjica e a água numa panela de pressão e leve ao fogo para cozinhar por 30 minutos com   mais um litro e meio de água , o cravo e a canela em pau .  
3. Desligue o fogo e espere sair toda a pressão, só então abra a panela. Observe que estará macia e quase sem água.
4. Acrescente o leite, o leite de coco e leite condensado. Misture tudo muito bem.
5. Leve ao fogo novamente e deixe ferver até que fique cremosa. Vá mexendo de vez em quando. Acrescente mais leite se achar necessário.
6. Retire do fogo e acrescente o amendoim.
7. Sirva em taças e polvilhe canela em pó.

Com nozes e com amendoim


DICAS:

Substitua o amendoim por: 
- coco ralado,
- nozes picadas, 
- ou sirva apenas com leite.

Usei leite sem lactose Ninho que é branquinho e para meu paladar mais saboroso que os outros no mercado


Bom apetite!
E Viva São Pedro!!!

Angela Caruso

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Cuscuz paulista para a festa junina


Da cozinha do chef Henrique Benedetti 

Andei pesquisando sobre a história dessa iguaria, cuja receita varia de região para região, neste nosso imenso espaço gastronômico chamado Brasil.

O que ocorre é que encontrei muitas as informações -às vezes desencontradas- sobre a origem do prato. O ponto em comum, na maioria dos textos, é que o cuscuz preparado aqui é uma derivação ou um 'abrasileiramento' da receita vinda do norte da África, com ingredientes locais.

Segundo pesquisadores, o cuscuz ingressa na gastronomia portuguesa no reinado de D. Manuel I, por volta do século XVI, fazendo parte da refeição diária das famílias em Portugal. Nesta época os portugueses iniciam a colonização brasileira e aqui encontrando outras farinhas usadas pelos índios, como a mandioca e o milho, vão criando o 'cuscuz brasileiro', que pode ser doce ou salgado, com peixe, frutos do mar, frango ou carne de charque e muito tempero. No estado de São Paulo, o conhecido cuscuz paulista é um bolo salgado e bem colorido feito de farinha de milho, tomate, sardinha ou frango, ovos cozidos, milho, ervilhas, pimentões, azeitonas, palmito e os temperos que você desejar.

Como todos os pratos à base de milho fazem parte das festas juninas, o cuscuz paulista não pode ficar de fora. Além de decorativo e saboroso, é uma refeição saudável em qualquer época do ano. Experimente fazê-lo em porções individuais usando formas menores acompanhados de salada de folhas. Prato único!


Receita: Cuscuz Paulista

Separe os ingredientes:

1 litro e 1/2 de caldo de legumes
2 ovos cozidos e fatiados em rodelas
1 tomate fatiado em rodelas
1 tomate picadinho
1 lata de milho escorrida
1 lata de ervilhas (ou a mesma medida de ervilhas frescas)

1 vidro de palmito cortado em cubos (deixe um palmito em rodelas para decorar)
1/2 xícara (chá) de azeitonas verdes em fatias
2 a 3 xícaras de farinha de milho (em flocos)
1/2 xícara de  molho de tomate fresco
1 lata de sardinha em conserva (ou atum se preferir)
Sal e pimenta do reino a gosto
Molho de pimenta a gosto
Azeite a gosto
Salsinha a gosto
Cebola e alho picadinho a gosto



Modo de preparo:

1. Comece preparando a forma -untar com azeite uma forma de furo no meio e decorar as paredes com ovos cozidos e tomates cortados em rodelas, um pouco de ervilhas e milho. Quando desenformado ficarão por cima enfeitando o cuscuz. Reserve.

2. Agora vamos preparar um grande refogado: a cebola e o alho. Adicione o tomate picado, o palmito, o milho, a ervilha, os pimentões e a sardinha. Tempere com um pouco de sal, pimenta e acrescente a salsinha e o molho de tomate. 

3. Junte o caldo de legumes, misture tudo muito bem. 

4. Retire a panela do fogo e adicione  a farinha de milho aos poucos e vá mexendo até que tudo esteja bem incorporado. Volte para o fogo e deixe cozinhar por uns 5 minutos - cuidado para não se queimar, pois vão formar e explodir bolhas grandes tal como quando fazemos polenta. 

5. Depois de cozida, retire do fogo e coloque a massa na forma já decorada. Comprima com uma colher para que saia todo o ar e a massa ocupe todos os espaços da forma.

6. Espere esfriar e desenforme. Prontinho!



Da cozinha da Casa di San Caruso


Bom apetite!

Angela Caruso

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Liberdade...




Em meados do século 16, Etienne de La Boètie escreveu o 'Discurso da Servidão Voluntária'. Um texto instigante, que nos leva a refletir sobre a existência e permanência de tiranos que assumem o poder com o consentimento e obediência dos oprimidos. Segundo o autor, o homem não sabe lidar com sua liberdade e por medo, hábito ou covardia, opta em permanecer escravo do poder. La Boètie afirma, ainda, que a tirania se destrói quando não dermos ao tirano nossa liberdade e nossa consciência.  

Mas, o que é essa tal liberdade? Somos livres? Quanto?

Uma tarde azul, com temperatura amena, reuniu os frequentadores do  Café & Brioche com Sabor de Saber no caramanchão do Restaurante Olivia no último dia 12 de junho para ouvir, pensar e discutir com o prof. Benedito dos Santos, sobre a questão da liberdade, o ser e estar no mundo a partir de Jean Paul Sartre e o existencialismo. 


     "Somos indivíduos livres e nossa liberdade nos condena a tomarmos decisões durante toda a nossa vida. 
Não existem valores ou regras eternas, a partir das quais podemos no guiar. 
E isto torna mais importantes nossas decisões, nossas escolhas." Jean-Paul Sartre


Quanto às nossas escolhas, a questão é: são conscientes? Escolhemos por que concluímos por nós mesmos que este é o melhor caminho ou porque alguém nos leva a fazê-lo? E os outros? Que papel assumem quanto a nossa liberdade e nossas escolhas? 
"O inferno são os outros", disse Sartre, chamando nossa atenção para a responsabilidade das escolhas feitas, pois não estamos sós no mundo e direta ou indiretamente interferimos na vida de "outros" assim como suas escolhas também nos atinge.
Ser no mundo ou estar no mundo? Como se dá a nossa existência? Para Sartre, assim como para Heidegger, 'ser é fazer-se ser' nossa essência -o que somos se constrói a partir da nossa existência.
O que importava para estes pensadores existencialistas era a autenticidade da decisão tomada. O limite desta construção da essência do ser  é dado pelo tempo, melhor dizendo, pelo 'prazo de vida' de cada um, afinal, é a morte quem revelava a finitude do ser humano. 
"Não havia mais céu para acolher a alma, nem o regaço de Deus para depositar-se as inquietações e as esperanças, o ser estava entregue a si mesmo, ao nada (niilismo). Uns aceitavam as coisas assim como são, sobrevivem apenas, "vivem" o seu cotidiano sem grandes inquietações, sem voltar-se sobre si mesmos. Outros, ao contrário, "existem", testam os limites da vida, lançam perguntas, indagam, enriquecem o ser, angustiam-se, querem fugir do tédio e da ansiosidade, sensibilizam-se."(Heidegger -Ser e Tempo, 1927)

Fazer desta existência o melhor que pudermos, para a construção de uma essência que perdure após a morte, que se dá a cada instante quando substituído por outro no instante seguinte.





Participação de Roberto Tereziano declamando uma poesia durante as reflexões propostas.
Bem, mas depois de tantas questões e reflexões, havia que se 'tomar uma decisão': o 'outro' -chef Henrique Benedetti- escolheu oferecer um cardápio junino para este café e coube a cada um 'tomar a difícil decisão' do que se servir. Sem dúvidas, uma prova deliciosa para testar as aprendizagem sobre Sartre e a liberdade. (rsrs)

A mesa foi montada mesclado jogos americanos de chita com os redondos verdes


Cuscus, broinhas de milho, de amendoim e pãezinhos recém saídos do forno
Canjica, doce de abóbora, bolo de fubá com goiabada...
Difícil escolha!

A melhor escolha do dia: estar com amigos no Café e Brioche com Sabor de Saber!

GUIA

Para saber mais sobre Sartre:
"O existencialismo é um humanismo" Jean Paul Sarte , 1946- disponível em PDF -http://stoa.usp.br/alexccarneiro/files/-1/4529/sartre_exitencialismo_humanismo.pdf

Olívia Sabores e Eventos
Av. João Pinheiro, 1135 - Poços de Caldas, MG
https://www.facebook.com/oliviarestaurante


Até mais!

Angela Caruso


domingo, 14 de junho de 2015

Mercados, um pouco da cultura de uma cidade

                                

Por várias razões cultivo uma paixão secreta pelos Mercados das cidades. Acho que é uma herança do vovô José Rigon. Meu avô materno, era um assíduo frequentador do Mercado Municipal da Lapa, em São Paulo. Durante 50 anos ele e seu cunhado tinham um encontro marcado na Praça da República e de lá seguiam para o Mercado da Lapa. Depois de tomarem seu aperitivos os dois faziam as compras das guloseimas da semana: azeitonas, tremoços, queijos, frios e outras tantas delícia. 

Particularmente, sempre que viajo procuro conhecer os Mercados locais. Aprendi com uma professora de geografia com quem trabalhei em São Paulo, que muito se sabe da cultura local visitando os supermercados e mercados municipais. Em geral, sustentam uma arquitetura especial que revelam um pouco da cultura local, são os melhores lugares para a compra de carnes, peixes, especiarias, queijos, azeites, frutas exóticas e verduras bem fresquinhas, além de oferecerem bons restaurantes com pratos especiais. 

A ultima vez que estivemos no Mercado Municipal de São Paulo, ou MERCADÃO, como é conhecido, meu marido eu passamos contabilizamos três horas de passeio: experimentado um queijo aqui, um presunto Parma ali, uma azeitona portuguesa nesta banca, uma fruta colombiana naquela...Uma festa para os sentidos. Sem voltar para casa antes de provamos as 'comidinhas' tradicionais do local: os famosos bolinhos de bacalhau e sanduíche de mortadela.

Um pouco de história:
A construção foi iniciada em 1828 e levou quatro anos para ser concluída. Sua inauguração deveria ter sido em 1932, entretanto, com a revolução constitucionalista, o espaço de 12.600 m² acabou sendo usado como paiol de armas e munições. Sua inauguração finalmente aconteceu em 25 de janeiro de 1933. A arquitetura maravilhosa de Ramos de Azevedo, em estilo eclético, reporta em seus vitrais cenas da produção agrícola e pecuária do interior do estado.
Mercado Municipal de São Paulo  



                           
MERCADO MUNICIPAL DE POÇOS DE CALDAS
Em Poços de Caldas, o Mercado Municipal completou 112 anos em fevereiro. Inicialmente o mercado funcionava onde hoje está a Casa Carneiro na Av. Francisco Sales. Em 1968 foi transferido para a Rua Pernambuco. É um ponto turistico da cidade e o melhor lugar para comprar, sobretudo, queijos, especiarias e cachaças. Vale lembrar que, além de uma iguaria, o queijo mineiro recebeu o título de “Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro” (saiba mais).
Mercado Municipal de Poços de Caldas
                                                     Descubra Poços de Caldas - Mercado Municipal

MERCADO PÚBLICO DE ITAJAÍ
Outro Mercado  imperdível é o Mercado Público de Itajaí, SC que já foi citado aqui no blog. A forte origem açoriana da cidade está marcada na arquitetura, no jeito de falar e nos pratos servidos nos restaurantes do local.


                             
MERCADO CENTRAL DE SANTIAGO
É no Mercado Central de Santiago, no Chile, que estão os melhores restaurantes da cidade para para se comer um bom peixe. A maravilhosa construção em ferro assinada pelo escritório do “Sr. Eiffel” foi inaugurado em 1872, o lugar foi inicialmente destinado à exposição de artistas nacionais, e depois transformado em mercado.
Mercado Central de Santiago - Chile



LA BOQUERIA
Um mercado que é simplesmente incrível e até o momento o mais antigo que conheci. Está situado na Rambla de Barcelona, Espanha -quem segue da Plaza Catalunia em direção ao Porto Vell, há uma entrada a direita. Sua atividades comerciais tiveram inicio como mercado ambulante no seculo XII . Em 1840, o que antes era o convento de San José, inicia-se a construção do mercado - Mercat Boqueria “ San José” , também conhecido como La Boqueria. Além de um show de cores e aromas, os restaurantes servem as tradicionais “Paellas” e ainda , oferecem cursos de culinária e outros eventos culturais ao longo do ano. (saiba mais).







                                                    La Boqueria - Barcelona - Espanha

MERCATO CENTRALE DI SAN LORENZO
Definitivamente não dá para passar por Florença sem conhecer seu mercado. O edifício em estrutura de ferro e vitrais coloridos, foi fundado em 1874 é considerado o 'lugar' da gastronomia toscana. Queijos, frutas, pães, presuntos, verduras, especiarias, azeites, geleias, pastas, flores, vinhos... revelam os hábitos desta parte da Itália. O andar superior, inaugurado no verão de 2014 foi reservado para restaurantes que literalmente 'pegam' os visitantes pelo estomago. Difícil não se encantar com as cores das frutas e hortaliças, das embalagens e da memória gustativa que todas as barracas aguçam no visitante. (saiba mais)












Pode ser não muito prático fazer compras de alimentos nos mercados fora da cidade em que vivemos, especialmente no exteriorl, a menos que se consuma durante a estada na cidade. No entanto, aproveite para desfrutar do passeio, conversar com os vendedores, conhecer um pouco mais da cultura local além de se deliciar com a boa comida oferecida nos restaurantes e seja feliz!

GUIA

  • Mercado Municipal de São Paulo -  Rua Da Cantareira, 306 - Luz - São Paulo - SP.
  • Mercado Municipal de Poços de Caldas - Rua Pernambuco s/n - Centro - Poços de Caldas- MG
  • Mercado Central de Santiago - Calle Ismael Valdes Vergara 900 - Santiago - Chile.
  • Mercado La Boqueria “ San José” - Plaça de la Boqueria s/n, Rambla 101 - Barcelona - Espanha
  • Mercato Centralle di San Lourenzo - Piazza del Mercato Centrale - Via S. Antonino 50121 Firenze - Italia
Indique os mercados que você conhece, vamos trocar 'figurinhas'

Desfrute!

Angela Caruso

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Dia dos namorados chegando....


Plaquinhas da Villa Presentes e Decoração
É dia de comemorar um tipo de amor muito especial que nos une àqueles que escolhemos para estar ao nosso lado. É bem verdade que a data, como tantas outras, tem uma conotação comercial, mas mesmo que assim seja, o que vale é a oportunidade de fazer um dia diferente. Com ou sem presentes, estar junto e em harmonia é essencial. Este ano, o dia dos namorados acontece em plena sexta-feira, o que nos dá a oportunidade de não se preocupar com acordar tão cedo no dia seguinte... dá para comemorar sem pressa. Melhor, dá para programar um final de semana inteiro de comemoração!
Como na postagem do ano passado me ocupei de contar a origem da data, desta vez apenas selecionei ideias para um jantarzinho a dois. Que tal? Programação adequada para tempos de crise e mais, tudo no estilo "home made" que faz muito sucesso. Ah! Claro, o trabalho todo não precisa ficar nas mãos apenas de um. Cozinhar a dois é um programa bem romântico.

 Então, vamos lá. Abra um vinho e comece a festa!

- Sugestão I

Talharim ao vinho tinto - uma massa cozida no vinho tinto. A receita foi publicada no blog em abril de 2014 - uma sugestão de Tereza Junqueira quando esteve estudando na França . Confira aqui.








- Sugestão II

Queijo, pão e vinho - uma cesta de pães variados ou apenas pão italiano, três ou quatro tipos de queijos- pecorino, brie, estepe...  e embutidos como salame, presunto cru, copa... Ou o que o atenda melhor ao paladar do casal. Azeitonas, algumas castanhas e frutas como uvas, figo, morango... podem ser incorporadas à mesa, assim como um  azeite extra virgem de boa qualidade e uma geleia. Escolha um bom vinho e arrume a mesa com toque romântico.










Aproveite para usar os jogos de facas para queijo, use a criatividade ao dar novas funções a pratos e potes ou arrume tudo numa tábua. Guardanapos de pano ou papel com um porta-guardanapos diferenciado; recadinhos românticos, rolhas, corações... Flores e velas são essenciais para completar o cenário. Use a criatividade e saia do convencional da mesa da sala de jantar ,para a mesa de centro da sala de estar ou uma bandeja no tapete da sala em frente a lareira.


Villa Presentes e Decoração








Aproveite o dia, a noite, o final de semana e ... apenas seja feliz!

Angela Caruso