quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Bistecca alla fiorentina


Ponte Vecchio - Florença - Itália

Gosto muito de ouvir a rádio CBN de São Paulo: os assuntos são interessantes e saber o que ocorre na cidade me faz de alguma forma, me sentir um pouco mais 'em casa'. São as memórias afetivas que movem nossas vidas. Numa dessas minhas voltas de São Paulo para Poços, ouvindo a rádio, acompanhei a entrevista com o chef Jefferson Rueda, convidado do programa Fim de Expediente. Entre tudo o que disse, Rueda destacou que em seu restaurante procura resgatar a 'memória afetiva inserida a partir da gastronomia'. Cheiro do feijão sendo cozido na casa da avó, nhoque feito pela mãe, bolo de laranja com sabor de infância e assim por diante. Muito bem, domingo foi dia de vivenciar uma viagem maravilhosa feita à Toscana a partir de um prato típico de Florença: bisteca Fiorentina. Resolvi testar e consegui recriar o clima do lugar.

A Bisteca Fiorentina servida no restaurante Gustoleo - Florença - Itália

Ingredientes:

- 1 filé (T-bone), cortado alto (3 cm)
- azeite de oliva extra virgem
- sal e pimenta a gosto
- 5 dentes de alho
- ramos de alecrim
- 1/2 cebola cortada em pétalas
- tomates cereja
- 2 batatas grandes

Preparo:

1. comece assando as batatas -descasque-as e corte-as em quatro partes. Coloque numa assadeira, cubra com papel alumínio e leve ao forno;
2. prepare o molho: num refratário, coloque os tomates lavados, a cebola em pétalas e dois dentes de alho descascados e cortados aos meio. Regue com azeite, coloque sal e pimenta a gosto e um ramo de alecrim. Cubra com papel alumínio e leve ao forno. Prepare-se para ter a cozinha perfumada em breve;
3. retire a carne da geladeira e deixe-a até que adquira temperatura ambiente;
4. retire as batatas e regue um pouco de azeite, sal e um pouco de alecrim. Volte-as para o forno;
5. hora de preparar a carne - se for assar na brasa, acerte-se com a churrasqueira antes. Do contrário, use uma frigideira do tipo para grelhados. Alguns minutos antes de assar a carne, regue um dos lados com azeite extra virgem, um pouco de sal e pimenta a gosto, amasse os dentes de alho restante com casaca e um ramo de alecrim e coloque sobre a carne. Aqueça a frigideira , retire o alho e o alecrim e coloque a carne com o lado besuntado para baixo. Deixe grelhando por cerca de cinco minutos até formar uma crosta. Enquanto isso, passe o azeite, o alho e o alecrim na parte de cima enquanto grelha a parte de baixo. Antes de virar a carne, retire o alho e a erva, deixe grelhar por mais 5 minutos.
6. verifique as batatas - retire o papel alumínio e deixe assar mais um pouco e o molho. Verifique o molho, os tomates devem estar assados e a cebola caramelada. 
7. retire a carne do fogo e arrume com as batatas assadas e o molho por cima.

O segredo da bistecca alla fiorentina é o modo como é assada: os dois lados com uma crosta e mal passada por dentro. O tempero dá um plus a mais. As batatas acompanham muito bem o prato, mas pode ser substituída por purê ou apenas uma salada de folhas, ou o acompanhamento que gostar, afinal não há regras!


Mesa posta sob o caramanchão coberto de jasmim -
 Sob o Sol Da Casa di San Caruso
Torradas temperadas servidas no bag tal qual fomos servidos na Toscana
Protagonista do dia: Bisteca Fiorentina da Casa di San Caruso

Apenas desfrute e guarde este momento impar em sua memória gustativa!

Angela Caruso

domingo, 20 de setembro de 2015

Bolo Nhá Benta



Faço parte de um grupo que discute gastronomia, troca receitas, orientações, sugestões... Há alguns dias, um dos participantes nos enviou uma referência do bolo Nhá Benta com a seguinte recomendação: " é de comer rezando" . Nem preciso dizer que a salivação foi instantânea. A partir da foto, imaginei o qual trabalhoso seria e que minha irmã, proprietária da Albiná Delicias faria esse bolo com facilidade e o esmero que lhe é peculiar. Tal pensamento só fez crescer o meu desejo de comer o tal bolo.
Como minha irmã e eu estamos a 260 km de distância, resolvi assumir a tal receita como um desafio. 

Bolo Nhã Benta

Ingredientes:
  • 7 ovos
  • 2 1/2 xícaras (chá) de açúcar
  • 1 xícara (chá) de margarina
  • 1/2 xícara (chá) de chocolate em pó
  • 1 xícara (chá) de leite
  • 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
  • 1 colher (chá) de fermento em pó
  • 1/2 xícara (chá) de água
  • 1/2 envelope de gelatina em pó sem sabor
  • 300 g de chocolate ao leite picado
  • 1 lata de creme de leite
  • Confeitos de chocolate
Preparo:

Massa
  1. Na batedeira bata 4 gemas, 1 1/2 xícara (chá) de açúcar, a margarina e o chocolate em pó 
  2. Junte o leite, a farinha de trigo e o fermento peneirados. 
  3. Acrescente 4 claras em neve.
  4. Coloque em uma forma de 24 cm de diâmetro, untada e enfarinhada. Asse no forno, preaquecido, a 200 °C durante 30 minutos ou até, que, espetando um palito, ele saia limpo.
  5. Deixe esfriar, corte uma tampa do bolo (de cerca de 1/3 da altura do bolo) e reserve.
  6. Com uma faca, retire o meio do bolo, formando uma cavidade com 2 cm de lateral e fundo.
 Marshmallow: 
  1. Em uma panela, misture 1 xícara (chá) de açúcar e a água. Leve ao fogo brando, sem mexer, até dar ponto de calda em fio.
  2. Enquanto isso, bata 3 claras em neve e, sem parar de bater, adicione em fio a calda. Bata até dar ponto de marshmallow.
  3. Deixe esfriar e misture a gelatina, preparada de acordo com as instruções da embalagem.
  4. Coloque o marshmallow na cavidade do bolo e coloque a tampa reservada. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 1 hora.
  5. Enquanto isso, prepare a Cobertura: 
  6. Derreta o chocolate em banho-maria e misture o creme de leite.
  7. Retire o bolo da geladeira e cubra com a cobertura de chocolate. 
  8. Decore com confeitos de chocolate e sirva.

Que tal? Nem sei se ficou muito bonito, mas... ficou delicioso! E nem foi tão difícil assim. (rsrs)




DICAS: 

- Com as gemas que sobraram fiz um creme de baunilha e montei um  pavê com o bolo que foi recortado. Cobri com a mesma cobertura de chocolate.
- Mantenha  o bolo na geladeira, quanto mais gelado , mais saboroso.

A todos os que precisam de um "carinho de chocolate"!

Angela Caruso

sábado, 12 de setembro de 2015

Creme de Ervilhas da Princesa e da Camponesa



Desconfio que os livros mais interessantes estão escondidos nas prateleiras das lojinhas dos museus. Adoro esses lugares! Recentemente fui "dialogar" um pouco com Juan Miró -no Instituto Tomie Ohtaki, em São Paulo- e fui dar uma espiadinha na Livraria Gaudí no hall do Instituto: encontrei algumas maravilhas que sequer ousei não trazê-las para casa.
Uma delas leva o título: "A cozinha encantada dos contos de fadas" -Katia Canton- Companhia das Letrinhas. A autora teve a feliz ideia de levar a literatura clássica infantil para dentro da cozinha. Pensando bem, nem é tão difícil assim -afinal, é na cozinha que preparamos porções mágicas em caldeirões grandes, cujo aroma sai pela rua como se procurasse todos os que ali passam e os enfeitiçassem para sentarem-se à mesa e saborear até a última migalha deixada no prato. 
O livro é lindo, sugere trazer as crianças para perto do fogão para se sentirem um Master Chef Jr. ou um daqueles cozinheiros dos palácios de reis e fadas.
Esta manhã, de posse deste livro mágico, que esperava ser aberto e saboreado, resolvi estabelecer um novo desafio: uma receita encantada por semana.
Para começar, abri na página 80 e encontrei o Creme de Ervilhas da Princesa e da Camponesa. É o que teremos para o jantar!


Preparo:

1. Cozinhe a ervilha numa panela com água -lembre-se: três medidas de água para uma de ervilha;
2. Em outra panela, refogue a cebola e o alho no azeite e em seguida acrescente a batata e a cenoura picadas. Cubra os legumes com água, tempere com sal e deixe cozinhar;
3. Quando ervilha e legumes estiverem bem macios, junte tudo e bata no liquidificador.
4. Acerte o sal, se necessário;
5. Sirva com croûtons.

Uma bandeja azul para servir meu príncipe.
Afinal, tanto no brasão da Família Santos como da Família Caruso predomina a cor azul


Mas, e a história?

A Princesa e a Ervilha é um dos contos de Andersen. Trata-se da história de um príncipe que buscava uma princesa legitima para se casar. O príncipe viajou o mundo inteiro a procura da princesa dos seus sonhos.
Havia várias princesas no reino, mas todas que lhe eram apresentadas tinham um defeito. Assim, era difícil saber se eram de fato princesas legítimas, (hum, desculpem o parênteses, mas dá para fazer ricas interpretações sobre príncipes e princesas legitimas  no mundo contemporâneo...). Certa noite, uma tempestade desabou naquele reino. Chovia muito quando alguém bateu à porta do castelo onde o príncipe morava e a própria rainha foi atender, pois todos os serviçais estavam ocupados tentando enxugar as salas por conta da chuva. 
Ao abrir a porta, a rainha encontrou uma moça, que se apresentou como princesa, pedindo abrigo. Como ela estava toda molhada, cabelos desarrumados e roupas grudadas no corpo, era difícil acreditar que fosse realmente uma princesa.
A rainha deixou a moça entrar, mas para provar a identidade nobre, pediu a sua criada de confiança que arrumasse a cama do quarto de hóspedes colocando um grão de ervilha no estrado e empilhasse sobre ele vinte colchões.
A princesa estranhou a altura da cama e usando uma escada, conseguiu se deitar. No dia seguinte a rainha quis saber se a moça havia dormido bem e ela respondeu: "Oh! Não consegui dormir muito bem, sua alteza. Havia algo duro na minha cama, que me deixou até uma manchinha roxa nas costas".
A rainha e o príncipe se olharam surpresos. A moça era de fato da realeza! Afinal, somente uma princesa legitima teria a pele tão sensível a ponto de sentir um grão de ervilha embaixo de vinte colchões. Finalmente o príncipe encontrou a sua tão esperada princesa que se casaram, viveram feliz para sempre e a ervilha foi enviada para um museu.


 GUIA 

- Livro: A cozinha Encantada dos Contos de Fadas
             Katia Canton - Ed. Companhia das Letrinhas
             1a. Edição - 2015

Semana que vem tem mais história e receita.
Apenas desfrute!

Angela Caruso

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Porta guardanapos dão charme à mesa.


Tenho mania de guardanapos, não nego!
 Minha amiga Teresa Costa ria de mim quando passávamos os fins de semana em sua casa de campo em Ibiúna, na hora das refeições eu chamava a atenção para duas coisas: "crianças, lavar as mãos que a comida está na mesa" e "usem o guardanapo!"
É verdade, tenho dificuldade de comer ou beber qualquer coisa sem ter um guardanapo à mão. Cultivo uma paixão a mais por esse 'adereço' graças a função decorativa que ele assume à mesa, às vezes roubando a cena ou, em outras situações,  perdendo para os porta guardanapos. A verdade é que juntos e em harmonia, fazem muita diferença na decoração das mesas. 

Selecionei algumas possibilidades a fim de dar asas a sua imaginação:

Com cara de verão, cores vibrantes no guardanapo e
muita criatividade e funcionalidade
para as rolhas que vamos juntando a cada garrafa de vinho aberta.
Bem na onda do 'faça você mesmo'.
Outra combinação charmosa, delicada e muito simples.
Caixa de fósforo me parece tão distante da vida moderna,
mas se fazem parte do seu cotidiano, por que não dar uma função para elas? 
Vale a pena investir em peças de fitas com larguras,
 cores e texturas diferentes para garantir um toque personalizado para cada ocasião  
Quer um toque mais rústico? Cordões e ervas!
Mais rústico? Folhas e palitos
Origami
Cerâmica e cordão (by Lilia Abreu)
Acima, prendedor como marcador de lugar.
Abaixo, indica o nome do evento.
Do jardim saem as ervas e as flores

Muita simplicidade: fita com o nome do restaurante
Mais origami - agora fazendo as dobras no próprio guardanapo
Composê de flores - dobras que abraçam os talheres.





Muito charme nestas listras.




Dobrados como laçarotes 
Muito simples: o guardanapo de papel decorado basta!
Inspiração: Célia Mineiro - Mesa e Afins


Desperte a criatividade e faça bonito.

Angela Caruso