sábado, 27 de maio de 2017

Pão caseiro com fermentação natural




Definitivamente o mundo da internet é fantástico! Há algumas semanas, quando publiquei a postagem intitulada Novelaria, buscava mais informações sobre os crafteiros e a filosofia do DIY -do it yourself - ou faça você mesmo, quando descobri o Café das Coisinhas.
Imaginem um desses sobradinhos geminados com uma única porta de entrada, numa rua tranquila originalmente residencial, que foi se transformando em espaço comercial e uma via de muito movimento. A criatividade e bom gosto dos proprietários em decorar paredes e prateleiras com 'coisinhas' compráveis transformaram o espaço num lugar que é puro charme e aconchego. E mais: criaram no piso superior uma sala para cursos e workshops de temas muito variados, o que fez toda a diferença no lugar.

Um dos cantinhos do Café das Coisinhas
Uma agenda de cursos extensa e bem concorrida me levou a considerar a participação numa oficina de fermentação natural. Ajustei minha agenda e pronto, em pleno sábado pela manhã estava na minha cidade natal desfrutando daquilo que ela tem de melhor: possibilidades de encontros e muitas aprendizagens.


Viviane Lavratti, mais conhecida por Vivi, é food coach -neste momento você pode estar se perguntando: mas o que é isso? Ela treina pessoas a se tornarem independentes na cozinha, desde a escolha e a compra de ingredientes até o preparo das refeições e como armazená-las.  Mas não é só isso: Vivi dá aulas de pães e de pizzas com fermentação natural.  Não é o máximo? Foi assim que nos conhecemos: ela foi a professora da oficina de fermentação.

Para chegarmos à aula com alguma ideia do que faríamos ali, no momento da inscrição, Vivi sugeriu que assistíssemos o documentário Cooked, baseado no livro de mesmo nome de Michael Pollan que trata da história da culinária propondo uma reflexão muito interessante sobre a relação da civilização pós-moderna e a cozinha. Um dos episódios conta a história do pão e como se deu a 'invenção' do fermento natural.

Fazer pão com fermentação é um ritual que requer planejamento: tempo de espera, paciência da espera, calma e muita fé pois pode parecer que vai dar tudo errado, mas no final é sentar e comer rezando.  
Fazer pão com fermentação natural é treinar nossa capacidade de viver ...slowlife - sem pressa!




Você vai precisar de:
  • farinha de boa qualidade
  • água
  • sal
  • fermento natural
  • uma balança doméstica (de preferência digital para maior precisão)
  • panela de ferro com tampa
  • panos de prato bem limpos
  • estar em dia com as aulas de musculação (rsrs)
  • muita paciência 

Hoje não darei nenhuma receita por duas razões: primeiro porque meu objetivo aqui é fazer as pessoas refletirem sobre se dar um tempo para  preparar a própria comida sem pressa,  'curtindo' cada etapa. E como diz meu amigo e yogi Rudra Das, "concentre-se em si mesmo, mantenha-se aqui e agora!". E, podem ter certeza que fazer pão com fermentação natural vai tomar todo o seu dia, dá para fazer até um cochilo, ler, escrever, ver um filme... Portanto, é um dia para ser de folga!
Em segundo lugar, acho que fazer uma oficina com a Vivi -ou outro professor disponível na sua cidade- não tem preço! Entender o porquê de cada etapa, por a mão na massa com supervisão de alguém experiente no assunto. E mais: é preciso ter o fermento natural que ela divide conosco como quem divide o pão com os seus. 

Mistura-se as farinhas peneiradas com água e deixa-se descansar por 20 minutos para um processo de autólise


Hora de acrescentar o fermento e sovar por 10 minutos - descanso de 3 a 6 horas para a primeira fermentação

Para a segunda fermentação faz-se as 'dobras de reforço' e espera-se  de 1 a 3 horas dobrar de tamanho


Colocar para assar

Um truque bem interessante é usar a panela de ferro para assar o pão 

Saindo do forno
Hora de degustar
Receita testada na Cucina di San Caruso
Tudo home made!

Deliciosa manhã de sábado!
Como o fermento deve ser 'alimentado' semanalmente, significa que teremos pão caseiro com frequência na Casa di San Caruso. Já estou até planejando a próxima festa queijo e vinho com pães variados feitos em casa. Não é o máximo?
Outro detalhe importante: a fermentação natural permite uma digestão muito mais fácil não dando aquela sensação de peso após ingerir tanta massa, não tem conservantes e duram até uma semana. Basta manter o pão guardado envolto em um pano de prato e aquecer as fatias quando desejar. Resultado: terá um pãozinho delicioso para o café da manhã. 
Fica a dica: ´bora´ fazer pão e ser feliz! 
No entanto, se você preferir, há várias padarias artesanais que seguem o lema "orgânico e fermentação natural" espalhadas por São Paulo, Rio, Curitiba, Belo Horizonte e outras cidades brasileiras. Em Poços de Caldas, Fábia Batel acaba de inaugurar a Panedota, localizada no piso superior do Mercado Municipal.

Fábia Batel na Panedota




GUIA:

  • Viviane Lavratti - www.vivifoodcoach.com/
  • Café das Coisinhas - Rua Estado de Israel,227 na Vila Mariana, São Paulo-SP https://www.facebook.com/cafedascoisinhas/
  • Cooked - documentário sobre a história da culinária - disponível no Netflix (saiba mais aqui)
  • Panedota - Mercado Municipal de Poços de Caldas, piso superior


Bom apetite!

Angela Caruso

PS. Agradecimentos: Vivi Lavratti pela paciência em me orientar mesmo a distância e minha amiga Regina Bastos por topar mais esta aventura.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Geleia de maracujá


Geleias caseiras trazem doces lembranças das encantadoras lojinhas  das cidades no interior do país, com todo colorido promovido pelos potes de vidro com etiquetas charmosas e toquinhas de tecido nas tampas. A onda do do it yourself  para compotas e geleias -natural e sem conservantes- me seduziu. Confesso que as experiencias nem sempre foram bem sucedidas, mas nada como ter alguém, mais experiente, para nos ensinar.
As caminhadas semanais que faço com minha amiga Gisela Barreto, doutora na área de alimentos, são momentos de 'trocarmos receitas'. Gisela tem sempre uma dica valiosa sobretudo a respeito de nutrientes e conservação de alimentos. Desta vez ela me falava sobre a geleia de maracujá. E foi assim que tudo começou! Providenciei os ingredientes, marcamos um almoço e produzimos nossa geleia.

Geleia de maracujá

Ingredientes:
- maracujá azedo
- açúcar
- água

Preparo:
- comece selecionando uma boa fruta, depois faça a higienização devida
- descasque o maracujá retirando apenas a película 
- corte ao meio e separe as sementes - reserve
- corte a parte branca da fruta (mesocarpo) em fatias finas e pequenas


- faça a medida das sementes e junte 2 xícaras (das de chá) de água para cada xícara de semente 
- junte o mesocarpo fatiado misture tudo e leve ao fogo médio até que a parte branca esteja bem macia

- retire do fogo e passe tudo numa peneira fina 
obs: amasse tudo com uma colher para retirar todo suco possível
- acrescente 3/4 de xícara (das de chá) para cada xícara de suco coado e misture tudo para dissolver o açúcar
- leve de volta ao fogo alto e deixe ferver -sem mexer- até atingir o ponto de geleia
- guarde em viro esterilizado

O sabor é suave e ficou deliciosa numa fatia de bolo de de chocolate tanto quanto numa fatia de pão caseiro. Experimente usar a geleia como recheio de bolo ou pão de mel.
Tudo de bom!
o pão também feito em casa


GUIA:
Dra. Gisela Barreto falou sobre a composição das cores dos alimentos numa das edições do Café & Brioche com Sabor de Saber - reveja aqui

DICAS:
- dois maracujás grandes renderam um pote de 320gr. 
- para saber se a massa atingiu o ponto, basta retirar uma colherinha (de café) da geleia e deixar esfriar, com as pontas dos dedos verifique se ainda está  liquido ou gelatinoso.
- faça uma etiqueta charmosa e uma toquinha colorida para destacar ainda mais o home made.


Desfrute dessa delicia feita em casa!

Angela Caruso

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Risoto de abobrinha e queijo brie



Como já disse, risoto é um dos meus pratos prediletos não só para degustar como também para preparar. Um verdadeiro ritual de aromas e sabores. Considero a refeição perfeita tanto como prato único como o risoto básico para acompanhar alguma carne.
Variações para risoto é o que não falta, por isso, ser criativo e ter bom senso na mistura dos ingredientes pode render muitos elogios.
A receita de hoje é muito simples: 

Risoto de abobrinha e queijo brie

Você vai precisar de:

- 1 x (chá) de arroz arbóreo
- 1 ½ colher (sopa) de manteiga com sal
- azeite
- ¼ de cebola ralada
- ½ xícara (chá) de vinho branco seco
- 1 litro de caldo de legumes
- 1 abobrinha média ralada (grosso) ou cortada em filetes
-  queijo brie cortado em cubos 

Preparo:

1.Derreta a manteiga com azeite (o azeite, além de deixar um aroma delicioso e acentuar o sabor, impede que se queime a manteiga ) e em seguida refogue a cebola ralada.
2. Mantenha fogo baixo durante todo o preparo do risoto. Coloque o arroz (lembrete: arroz arbóreo não precisa ser lavado) e refogue-o com a cebola.
3. Despeje o vinho branco e deixe-o evaporar até 50%.
4.Em seguida acrescente uma xícara de caldo de legumes.
5. Vá colocando o caldo, aos poucos, mexendo sempre, até que seja absorvido e o arroz vá cozinhando.
6. Quando já tiver colocado mais da metade do caldo, é hora de acrescentar as abobrinhas para que cozinhem junto com o arroz.
7. Ao termino do caldo, desligue o fogo, acrescente mais uma colher de manteiga e o queijo brie cortado em bubos - retire a parte branca do queijo-  misturando tudo muito bem.

Monte os pratos e sirva com charme, acompanhando um bom vinho.
Seguindo a indicação dos sommeliers o queijo brie fará uma boa harmonização com vinhos brancos levemente aromatizados. No entanto, como bem explica Carlos Cordeiro da revista ADEGA sobre sugestões de harmonização queijo e vinho : " as preferências pessoais devem ser sempre seguidas. Portanto, como toda sugestão de harmonização, o melhor caminho é recorrer aos testes empíricos e não adotar as recomendações dogmaticamente".
Na ocasião, resolvemos experimentar um tinto que havíamos ganhado de uma amigo muito especial. Posso dizer que... fico ótimo!




Para sobremesa servi torta de limão com bolacha negresco preparada em taças individuais. A receita você encontra aqui




DICAS
- vale as mesmas sugestões colocadas na postagem Risoto de shitake com ervilhas frescas

- se tiver condições, aproveite os dias com sol e arrume a mesa em espaços ao ar livre ou na varanda. crie um clima de férias mesmo durante a semana.

Bom apetite!

Angela Caruso

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Xadrez na mesa, muitas possibilidades



Estive namorando uma imagem no instagran  de uma mesa com toalha xadrez preto e branca e não sosseguei até produzir algo do meu jeito: preparei uma mesa com as cores da bandeira paulista para uma paulistana que torce para o São Paulo. A festa queijo e vinho numa mesa quadrada de tampo de vidro ficou um charme para comemorar o aniversário de 85 anos da Mamma.

Preparando uma festa queijo e vinho:

- quantidade: cerca de 150 a 200 gr  por pessoa. 
- queijos: procure oferecer tipos de queijos com sabor diferenciado -forte, médio e suaves (veja a tabela abaixo)
- frios: a variedade vale para  os embutidos também - presunto crú, salaminho, copa 
- pães: baguetes, italiano, rústicos, com especiarias ...
- geléias, pastas, manteiga e frutas
- potes com castanhas vão muito bem também.

                                

Apesar das sugestões dadas de queijos, vinhos e frios, o que vale é servir o que sua família e amigos gostam e esteja de acordo com o orçamento, caso contrário vira desperdício.

Mesa posta:

A vedete da festa foi a toalha xadrez preto e branco que comprei a metro e fiz as bainhas. Como a mesa era quadrada, coloquei-a em diagonal completando a parte de vidro com crochê branco. 
No centro da mesa,  fiz um arranjo com rosas e astromélias brancas com antúrios vermelhos que foram colhidos no meu jardim. As velas brancas deram um clima romântico e sofisticado. Para decorar a mesa com mais vermelho, preparei os porta guardanapos com flores artificiais e usei guardanapos brancos. Pratinhos e garfinhos para que os convidados ficassem confortáveis ao se servirem. Copos,vinhos, água saborizada e suco foram acomodados num aparador próximo da mesa.
Tábuas de madeira para os queijos e pratos em vidro transparentes para os frios e castanhas. Potes brancos para as pastinhas. Cestas para os pães.
 
Crochê da vovó Rosa imortalizado também na mesa de aniversário da filha mais velha 

Garfinhos identificavam os queijos

Porta guardanapos feitos com flores artificiais
                                       
A plaquinha era um charme a mais

A aniversariante e sua bisneta Beatriz, responsável pela recreação da festa
Um brinde a vida!

 DICAS:

-Queijo e vinho é uma festa muito fácil e rápida de preparar, só requer planejamento e tempo no mercado para escolher os queijos, frios e o vinho que irá servir. 
-Escolha produtos de boa qualidade.
-Caso tenha tempo e para não ficar tão dispendioso, ao invés de comprar,  você pode acrescentar antepastos de berinjela e abobrinhas, sardela, patês e geleias feitas em casa também. Neste blog há várias receitas. 
-Se a festa for com amigos, convide-los a trazerem o vinho. 
-Capriche no fundo musical, assim como na decoração.

Tudo lindo! Todos felizes!
Vida longa à Mamma Albina, rumo aos 90 anos!

Desfrutem das sugestões e boa festa.
Com carinho, 

Angela Caruso

 , 

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Café Verde

Nessas andanças pelos mercados do mundo, encontrei uma mercearia com produtos italianos. Dentre as massas, molhos, azeites e outras iguarias de dar água na boca, uma bancada só de cafés, claro! Afinal, italiano morre de amores por café. Diante da variedade exposta, uma pacotinho com ares artesanal e com uma grande novidade em termos de café me chamou a atenção: Café Verde. Sem dúvidas: trouxe para casa para experimentar.

Aproveitei a visita de uma amiga e preparei um momento especial de degustação. Para acompanhar nossa bebida, tínhamos  pãezinhos de mandioquinha (receita aqui) , carolinas de doce de leite e queijadinhas.  Seguimos as instruções de preparo contida na embalagem : 

- Adicionar uma colher (das de sopa) de café Verde em uma xícara (das de chá) de água fervente. Deixar em infusão por 10 minutos. Coar e servir.

Detalhe: a primeira xícara filtramos como café moído, mas ficou bem fraco. Numa segunda tentativa, usamos um coador de chá. Note que os grãos foram grosseiramente triturados: 



Nem preciso dizer que do café que conhecemos e faz parte do nosso dia a dia, o tal café verde nada tem incomum. Os grão são secos, mas não torrados. O aroma faz referência - para quem já esteve num -  aos armazéns de café. Isto é, um aroma tipico de mato, ervas, plantas... A coloração lembra chá de ervas e o sabor... Só vou dizer que este era adocicado. No mais, deixo em suspense para que vocês experimentem. Afinal, sabor é algo muito pessoal.

Asseguro-lhes que minha amiga e eu gostamos muito. Nosso 'chá' de Café Verde foi uma experiência saborosa, divertida e bem interessante.

Depois desta aventura, fui pesquisar mais sobre  Café Verde - de quem eu nada sabia - e descobri outras instruções para o preparo. Confira no vídeo:


Descobri, também, que é vendido em capsulas em farmácias ou lojas de suplementos - Green Coffee - e indicado para as dietas de emagrecimento.

No entanto, o café que degustamos, traz as seguintes informações:
Café verde é usado por seu efeito revigorante, antioxidante e suporte metabólico. É naturalmente rico em flavonoides, ácido clorogénico.  O ácido clorogénico aumenta o metabolismo, ajuda a reduzir a gordura corporal e mantém um equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue. Ricos em omega 3 e 6, benéfico para a pele e o cabelo, anti stress.

Como foi a primeira vez que experimentei, não sei dizer sobre as capsulas e seus efeitos. Afinal, meu interesse é apenas na bebida denominada Café!


 Independente do que será servido, a harmonização do encontro entre amigas se dá por receber com uma mesa sempre charmosa.

Tudo delicioso!



Ainda não achei o Café Verde aqui no Brasil como o que comprei no Mercado do Chelsea em NY, mas minhas amigas produtoras de café prometeram separar alguns grãos, antes de torrá-los para experimentarmos na Confraria do Café do Sul de Minas.

GUIA:                                
                                   

Ginevra - Caffè Verde Biológico
http://www.caffeginevra.it/it/caffe-8/caffe-verde-biologico










Desfrutem!
Angela Caruso