terça-feira, 30 de dezembro de 2014

2015 está chegando!!




A esperança é o que move o ser humano!

Em breve, o hoje será passado e o  amanhã a esperança do dia melhor. Se não é assim que lidamos com o dia a dia, é assim que nos comportamos no final do ano. Desejamos que o ano novo seja 'próspero' (e nem usamos essa palavra no cotidiano), que tenhamos saúde, muito dinheiro, muitas viagens, muitas festas, muito tudo de bom! E é assim que nos mantemos vivos e produtivos: estabelecemos novas metas, novos planos, nova vida! Cheios de simbologias e rituais, decoramos a casa, vestimos uma peça nova, comemos frutas, pulamos as ondas e esperamos como um passe de mágica que o ano novo traga toda a felicidade que achamos que ainda não temos.
Interessante que não haja um personagem especialmente fantástico para o ano novo como Papai Noel para o Natal ou o coelho da Páscoa. Os rituais de Ano Novo tratam de uma mudança interna, pessoal e intransferível. Mais do que nunca, são as nossas ações, nossas escolhas que transformam o mundo e o nosso mundo.

Então, vamos às tradições, ao miticismo da data, à decoração da festa para esperar o Novo Ano!

A tradição de se usar roupa branca na passagem do ano é um costume brasileiro. Além das origens religiosas -afrodescendentes- estamos em pleno verão e a cor branca vai muito bem com o clima. Difícil imaginar nossos irmãos que vivem no hemisfério norte usando roupas leves e pulando as sete ondas à meia noite do dia 31 de dezembro em pleno inverno, com temperaturas negativas. Então, se a roupa é branca mas as cores têm poderes, tradições foram surgindo em torno em torno do colorido das roupas íntimas, atraindo nossos mais nobres desejos para o ano: rosa-amor, vermelho-paixão, amarelo-riqueza, branco-paz, azul-saúde...


Dia da Troca das Calcinhas

Há mais de vinte anos minha amiga Magali Dedini e eu  nos encontramos entre Natal e Réveillon para passarmos o dia juntas e comprarmos as calcinhas a serem usadas na passagem do ano. Há pelo menos cinco anos agregamos mais duas amigas ao grupo -Regina Bastos e Evelyn Velasques- para fazer parte desse ritual. Criamos o Dia da Troca das Calcinhas, a ser comemorado todo dia 26 de dezembro.

O encontro começa no café da manhã no Empório Moema, em São Paulo, SP. Depois seguimos para o Shopping Ibirapuera. A primeira parada é numa banca de revistas. É preciso saber quais as previsões para o ano novo: planetas regentes, cores, numerologia de cada uma e assim, após estudos, elegermos as cores das calcinhas. Tudo isso, é claro, regado a muitas risadas. Sorteamos os nomes, afinal, é preciso ganhar a calcinha de alguém, nunca comprá-la! E saímos em busca das lojas. O dia passa em meio a muita conversa: novidades, planos, troca de ideias... Segue com um almoço, a troca dos 'presentes' e o compromisso para estarmos juntas novamente do dia 26 de dezembro do próximo ano.



Além das roupas íntimas coloridas, lentilhas, uvas, sementes de romã, folhas de loro e champanhe devem estar presentes na virada do ano, estejamos em casa, na praia, no campo ou no meio da avenida.



Prepare a lentilha:

1 xícara (chá) de lentilha
2 xícaras (chá) de água
1 cebola pequena picada
1 colher (sopa) de azeite
1 folha do loro
Sal a gosto

Deixe a lentilha por pelo menos uma hora de molho em água. Numa panela, coloque todos os ingredientes e deixe ferver até que a lentilha esteja cozida. Sirva em pequenos bowls.

Minha sugestão: arrume uma bandeja bonita para a virada do ano ou um aparador especialmente organizado para o momento. Coloque a lentilha, uvas, romã, algumas folhas de loro, uma vela colorida e um champanhe. Deixe à disposição dos convidados para que cada um faça seu ritual particular. Segundo a tradição, todos estes elementos significam prosperidade, sorte, riqueza, sucesso. Três goles de champanhe para cada pedido, não esqueça! Guarde folhas de loro e sementes de romã na carteira.

Preparando a mesa:


A escolha do cardápio também segue superstições. Na minha família, por exemplo, come-se carne de porco e peixe, nunca carne de aves. A explicação é simples: desejamos seguir em frente no próximo ano, isto é, ter sucesso. As aves são animais que ciscam para trás, o que pode significar retrocessos em nossas vidas. O porco fuça para frente. 


Particularmente, prefiro arrumar uma mesa cheia de comidinhas variadas, muita fruta, pães, queijos, frios, saladas verdes e deixar que todos se sirvam sem cerimônias, muito à vontade, ao longo da noite.

Festas organizadas ao ar livre são fantásticas para a espera do ano novo, mas fique atento, pois há sempre uma possibilidade de chuva.



O vermelho é a cor do planeta Marte, um dos que irá reger o ano de 2015
Já pensou numa festa havaiana para o Réveillon?


Os balões são muito bem vindos. Escolha as cores de acordo com a energia que se deseja manter na festa, ou conforme a decoração da mesa e ambiente.
E não esqueça: muitas flores!




Para um Réveillon a dois, use a criatividade! Uma cesta de piquenique com castanhas, frutas, toalha branca, velas, champanhe e taças são o suficiente para um clima romântico numa praia, no gramado de uma pousada longe do movimento das festas ou no tapete da sala de casa.




Inspire-se!
Que venha o novo ano cheio de brilho, cores e aromas!
Sejamos felizes em 2015!


Com carinho, 
Angela Caruso

Sobremesa italiana para esperar o Ano Novo


Panforte de Siena

Em pleno dia 25 de dezembro estávamos na cozinha de Emília Câmera Santos, acompanhando e aprendendo uma nova receita que contribuiu para a 'comilança' no final da festa de Natal da família Santos.

Uma receita italiana que vem de Siena, cidade da Toscana, que leva ingredientes nobres e proporciona uma festa de sabores e aromas. Muito simples, de fácil preparo, é uma sugestão para a mesa de ano novo, desejando que tenhamos um ano doce e festivo!

Panforte de Siena
     

Você vai precisar de:
100 g de amêndoas sem pele e levemente torradas
100 g de avelãs sem pele e levemente torradas
100 g  de laranja cristalizadas
100 g  de grapefruit cristalizadas
100 g de figos secos picados
1 casca de limão siciliano ralada
1 colher (café) de canela em pó
1 colher (café) de noz moscada
1 colher (café) de cravo em pó
1 colher (café) de pimenta-da-jamaica em pó
75 g de farinha de arroz ( ou farinha de trigo)
30 g de manteiga
70 g de mel
140 g de açúcar
óleo para untar
açúcar de confeiteiro para decorar

Preparo:

1. Em uma tigela , coloque os onze primeiros ingredientes e misture bem


2. Em uma panela junte a manteiga, o mel, o açúcar e leve ao fogo até a calda derreter

3. Derrame a calda quente sobre os ingredientes da tigela e misture usando as mãos, até obter uma massa homogênea

4. Numa assadeira de 20 cm de diâmetro  previamente untada, forre com uma folha de papel manteiga. Coloque a massa. Espalhe e alise bem. Leve em forno pré-aquecido a 160o.C por 25 a 30 minutos.

5.  Retire do forno. Espere esfriar e desenforme. Polvilhe com açúcar de confeiteiro





6. Sirva com vinho do Porto.



Emília Câmera Santos -
graduada em Gastronomia pela Faculdade Anhembi-Morumbi

Que seja um ano doce e festeiro!
Feliz Ano Novo, Millie! Obrigada pela receita. Em 2015 faremos muito mais!

Angela Caruso

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Mesas Natalinas

 Que o clima de Natal esteja presente a semana toda, desde o café da manhã até a ceia!

Café da manhã
Almoço informal





Jantar em família
Cafezinho

Feliz Natal!

Com carinho, 
Angela Caruso

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

É tempo de Natal - o pudim que a Nonna fazia!

Endoculturação é processo pelo qual o homem aprende os costumes e tradições de seu povo. A isto podemos chamar de cultura. O Natal é uma festa popular/religiosa que é comemorada em toda parte do mundo, exceto nas culturas cuja crença religiosa não reconhece Jesus como o filho de Deus, nosso Pai. No entanto, as tradições, mesmo que 'ajustadas' a cada época, só se mantêm graças às crianças que crescem ao redor de simbolismos e rituais que, quanto mais prazerosos -experiências relacionadas ao amor, a amizade, ao encontro, a família- proporcionam memórias significativas, que serão repetidas e transmitidas por gerações e estarão mantidas na história da humanidade.

E as nossas lembranças se aguçam muito nesta época do ano. Parece que a simples figura do Papai Noel nos leva de volta à nossa infância, num passe de mágica, como se embarcássemos num 'Expresso Polar' para reviver as mais incríveis aventuras infantis.

Parte desta memória está relacionada ao paladar e portanto, cozinhar na época do Natal é se permitir viver mais uma vez um momento especial com as pessoas especiais que já passaram nas nossas vidas e nos alimentam com saudades dos bons momentos.

Ir para a cozinha e preparar uma dessas receitas é um modo carinhoso de prestar homenagem aos nossos 'mestres culinários'. E mais: assumir a responsabilidade de dar continuidade à história que eles começaram, ficando em nossas mãos não deixar que se apague.

Comentei no post "Tempo de Natal - memória gastronômica" que a sobremesa principal do Natal na casa da minha sogra era a tal 'gelatina de quadradinho'. Pois bem, Giovanna Caruso, a segunda neta de D. Rozélis Guidi Caruso, tomou para si a tarefa de preparar, a partir de agora a receita do pudim da Nonna. 

Giovanna, que mora em São Paulo, passou o final de semana conosco aqui em Poços e aceitou o convite para socializar a receita conosco.



Ingredientes:
- 1 lata de leite condensado
- 1 caixinha de creme de leite
- 1 envelope de gelatina sem sabor
- 5 pacotes de gelatina de cores diferentes

Preparo:
- no dia anterior, prepare as gelatinas conforme instruções da embalagem. Leve para gelar em recipientes, se possível, em formato quadrado ou retangular para facilitar o corte.


- corte as gelatinas em quadradinhos e vá arrumando, por cores, em taças individuais ou numa forma para pudim para ser desenformado.



- dissolva a gelatina sem sabor seguindo as instruções da embalagem;
- no liquidificador, bata o leite condensado, o creme de leite e a gelatina sem sabor já dissolvida;
- despeje o creme sobre os quadradinhos de gelatina ajudando com uma colher de modo que penetre entre os pedaços de gelatina criando um mosaico.



- leve para gelar e endurecer;
- desenforme ou sirva em taças individuais.




DICAS:

- escolha gelatina de sabores e cores diferentes para que o mosaico fique mais harmônico;
- a receita rende muito, portanto irá precisar uma forma grande caso queira desenformar;
- outra alternativa é colocar num bowl transparente e servir às colheradas.
- excelente escolha para os dias de verão.

Bom apetite!

Angela Caruso

domingo, 21 de dezembro de 2014

Tempo de Natal - crianças na cozinha

Tempo de Natal sugere trazer as crianças para junto das avós, das mães, das tias e de todos aqueles que vão para a cozinha preparar os doces da festa. Por que os doces? Porque são os que  garantem 'doces' memórias.

E que farra ir para a cozinha e se 'lambuzar' de farinha ao preparar os biscoitos, lamber as colheres sujas de caldas de chocolate e caramelo, ou as travessas com a massa dos bolos? Quem nunca viveu uma experiência dessas não teve uma infância normal! Mas não faz mal! Nada de crise: convide as crianças e vamos para a cozinha brincar de 'casinha de Natal' - transforme sua cozinha numa fábrica de doces e aproveite! Vasculhe os cadernos de receita da família, reinvente! Afinal é Natal e precisamos manter a história viva!

Gabriel De Antoni Santos, 10 anos, é uma dessas crianças que tem o privilégio de ajudar a vovó, o pai, a mãe as tias quando o assunto é culinária. O leitor assíduo já o conhece. Ele e seu irmão gêmeo Lucas foram meus ajudantes na decoração de Páscoa. Via Face Time, diretamente de Blumenau-SC, Gabriel me concedeu uma entrevista para nos ensinar a preparar um panetone recheado.

RECEITA: Panetone com recheio de creme brulee.

Você vai precisar de:

1 panetone de 400 gr - de preferência chocotone
1 lata de leite condensado
1 caixinha de creme de leite
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de essência de baunilha

Comece preparando o creme brulle:


1. Misture todos os ingredientes numa panela e leve ao fogo até que se tenha uma consistência
 cremosa;
2. Retire do fogo e deixe esfriar;
3. Deixe na geladeira enquanto prepara o panetone para ser recheado;
4. Com ajuda de uma faca, faça um buraco no centro do panetone em formato de cone (no sentido vertical); 
5. Retire o cone e corte-o em fatias horizontais.




Montagem:

1. Recheie o panetone intercalando uma camada de creme e uma fatia de panetone. 
2. Finalize com creme e decore com gotas de chocolate.

Gabriel sugere servir o panetone recheado com uma boa xícara de café. 
Concordo plenamente!



Obrigada Gabriel! Aguardamos novas dicas!

Reúna as crianças, prepare uma receita, fotografe e envie para nós. Vamos trocar boas ideias!

Com carinho,
Angela Caruso


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

É tempo de Natal - memória gastronômica


Em toda família há alguns pratos que não podem faltar nas festas de final de ano. Quando eu era menina, Natal na casa do vovô José Rigon, não faltava capeletti in brodo no jantar do dia 24  e raviolli ao sugo no almoço do dia 25. Lembro-me ainda das frutas secas e das uvas. Mais nada!
Quando nos tornamos adultos e o Natal passou a ser na casa da minha mãe, o Bacalhau da Mamma passou a ser o prato principal da nossa ceia. Quanto aos doces, não podia faltar a torta de nozes -receita antiga que a Mamma já passou para os filhos -é minha irmã quem prepara. Na casa da minha sogra o doce principal era a gelatina de quadradinho, na casa da tia é a mousse de avelã, e assim vai!

Fomos convidados para um café na residência do casal Clara e Sidney Keusseyan. Amigos e leitores deste blog, Sidney nos esperava para preparar a Torta de Maçã D. Bernadete e nos ensinar a receita.

D. Bernadete foi a professora de "2o. ano do Ginásio" -hoje sétimo ano do ensino fundamental-  no Colégio Estadual Prof. Roldão Lopes de Barros, no Jardim da Glória, em São Paulo. Na época, fazia parte do currículo, tanto para meninas como para meninos, as disciplinas de Artes Industriais, com oficinas de marcenaria, metal e cerâmica, e Economia Doméstica -uma casa montada para que os alunos aprendessem a arrumar a cama, a casa, administrar a cozinha, costurar, pregar botão. D. Bernadete era a professora de Economia Doméstica e ensinou Sidney e seus amigos a tal torta de maçã, que foi incorporada  no cardápio da família e se mantém até hoje, inclusive para as festas de final de ano.

Segue a receita e o passo a passo.

Torta de maçã D. Bernadete


Você vai precisar de:
- 2 maçãs
- 1 1/2 xícara (chá) de farinha
- 1 xícara (chá) de açúcar
- 1 colher (sopa) de fermento em pó
- 1 tablete de margarina
- 3 ovos 


Preparo:

1.Inicie untando um pirex com manteiga e farinha
2.Peneire e misture todos os ingredientes secos: farinha, açúcar e fermento.
3.Descasque e fatie as maçãs

4. arrume as fatias de maçãs no fundo do pirex


5. Cubra com os ingredientes secos e por cima a margarina derretida


6. Separe as gemas das claras. Bata as claras em neve, misture as gemas pré-batidas e despeje sobre os ingredientes secos


7. Polvilhe a massa com 1/2 xícara de açúcar com canela a gosto  


8. Leve ao forno por aproximadamente 30 minutos


9. Retire do forno deixe esfriar um pouco antes de servir -não é preciso desenformar





Simplesmente fácil e deliciosa! Uma boa sugestão para o Natal ou reuniões pré-natalinas.

Obrigada amigos pela aula de culinária, por compartilhar suas receitas 'secretas', pelo café, o carinho, a amizade e a tarde agradável que nos proporcionaram.


Alguém tem receita alguma memória gastronômica para a compartilhar? É só chamar!

Desfrutem!

Angela Caruso