Desde a antiguidade a ideia de trabalho está associada a sacrifícios, tortura e perda de liberdade. Vale lembrar que nesta época, tanto na Grécia como em Roma, quem trabalhava era o escravo, os demais estavam envolvidos com as atividade políticas e eruditas.
O mesmo acontecia na sociedade medieval, na qual a divisão era muito clara: nobreza, clero e camponeses -a estes últimos era incumbido 'o trabalho'. Assim, a palavra trabalho, do latim tripalium, significa um instrumento de tortura usado pelos romanos. Em russo, robota vem de rab, cujo significado é escravo.
Felizmente, a partir do século XIV, a palavra recebe novos significados em função das transformações culturais, econômicas e dos meios de produção, relacionando trabalho com talentos e habilidades humanas. Mais tarde, com o surgimento da burguesia, ganha status e importância, tornando a ociosidade algo negativo. Mas é no século XX que surge a ideia de que trabalho é mais do que salário ou um meio para um fim. É a partir do trabalho que os indivíduos se reconhecem e se sentem reconhecidos como capazes de criar, produzir.
E, como afirma o escritor Roman Krznaric, muitas pessoas esperam que o trabalho dê um propósito às suas vidas, com base em seus valores, talentos e paixões. Trabalho virou parte da 'arte de viver'. É bem verdade que muitos de nós ainda trabalham para atender apenas e tão somente as necessidades básicas de sobrevivência: pagar contas, comprar comida, pagar aluguel, transporte, etc.
Mas, a questão é: podemos ser felizes trabalhando? Este foi o tema de discussão trazido pela psicóloga clínica Carmen Toledo da Pós, na edição de setembro do Café & Brioche com Sabor de Saber: "Estamos satisfeitos com nosso trabalho"? O que ele representa em nossas vidas?
“Escolha um trabalho que você ame e
você nunca terá que trabalhar um dia em sua vida”
Confúcio.
Segundo Roman Krznaric, encontrar o 'trabalho perfeito' é um mito. É praticamente impossível: "Para a maioria das pessoas que têm trabalhos satisfatórios, eles podem ser uma luta, porque envolvem desafios a serem superados. Podem ser cheios de frustrações, mas também significativos. Como o filósofo alemão Nietzsche escreveu: “Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase tudo”. O segredo está em não desistir de encontrar uma carreira ou uma atividade que dê um propósito às nossas vidas. ( Krznaric, 2011- cap. 4)
É neste século -XXI- que, segundo o professor Marcos Cavalcanti, Coordenador do Centro de Referência em Inteligência Empresarial -CRIE, trabalho ganha uma conotação relacionada a capacidade de produção intelectual, atribuindo uma importância superior, isto é, o conhecimento é o ponto chave dos meios de produção, :
"Vivemos num mundo onde, pela primeira vez, o conhecimento supera os fatores tradicionais de produção - terra, capital, matéria prima, energia e mão-de-obra - no processo de criação de riqueza. Mesmo em setores econômicos mais tradicionais, como a agricultura, a indústria de bens de consumo e de capital, a competição é cada vez mais baseada na capacidade de transformar informação em conhecimento e conhecimento em valor. Informação, conhecimento, criatividade e inovação são, assim, ingredientes básicos para todas as organizações que atuam nesta nova sociedade, sejam elas públicas ou privadas." ( Marcos Cavalcanti - Café Filosófico - cpfl)
O Café & Brioche foi criado com esse pensamento: proporcionar aos participantes a possibilidade de diálogo, discussão e troca de saberes. Socializar conhecimento só nos faz conhecer mais. É possível ser feliz trabalhando desde que a atividade nos faz sentir respeitados, reconhecidos, valorizados e desafiados a usar nossa capacidade criadora para solucionar problemas.
Organizar a programação cultural, decorar a mesa e receber os convidados para o Café & Brioche é um trabalho voluntário que realizo com muita satisfação. O mesmo acontece com a equipe do Chef Henrique, que escolhe e prepara receitas deliciosas para acompanhar a conversa.
Verde e branco predominou na decoração das mesas deste inicio de Primavera |
Detalhes nos porta guardanapos feitos em origami by Clara Hissai - flor de lótus acima e tulipas abaixo |
Delicadeza do Origami como porta guardanapos. |
Para a mesa do Café, saiam da cozinha os brioches, quirches, pães, geleias, patês, manteiga temperada, bolo mil folhas, rocambole de doce de leite com nozes e uma refrescante salada de frutas com hortelã e castanhas de caju.
Sala de frutas refrescante |
Bandejas altas acomodam biscoitos e pães caseiros, geleias e patês servidos em potes de coração. Tudo "feito em casa" |
Brioches e pães de queijo recém saídos do forno |
Carmen Toledo da Pós, obrigada por estar sempre presente! |
O Café & Brioche com Sabor de Saber acontece mensalmente no Ollivia Gastronomia. A próxima edição acontece dia 16 de outubro.
GUIA:
Café & Brioche com Sabor de Saber
Ollivia Gastronomia
Av. João Pinheiro, 1135 - Centro - Poços de Caldas, MG
Carmen Toledo da Pós
Contato: carmendapos@gmail.com
Livro: Sobre a Arte de Viver
Roman Krznaric - Ed. Zahar
Marcos Cavalcanti
Café Filosófico - cpfl
Clara Hisae -
Decoração em Origami
Contato: clarahisae@sidney,pro.br
Ollivia Gastronomia
Av. João Pinheiro, 1135 - Centro - Poços de Caldas, MG
Carmen Toledo da Pós
Contato: carmendapos@gmail.com
Livro: Sobre a Arte de Viver
Roman Krznaric - Ed. Zahar
Marcos Cavalcanti
Café Filosófico - cpfl
Clara Hisae -
Decoração em Origami
Contato: clarahisae@sidney,pro.br
Com carinho!
Angela Caruso
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