Atualmente, os jovens brasileiros estão descobrindo
o mundo como estudantes no exterior, graças aos vários programas de intercâmbio oferecidos no Brasil.
Neste post, nossa convidada é Tereza Junqueira,
estudante de Marketing da ESPM - São
Paulo, SP, que há quase um ano está na França.
“Minha vinda para a França aconteceu graças ao
programa de bolsa de estudos dada pelo governo brasileiro chamado “Ciências Sem
Fronteiras”. Foram 6 meses de processo seletivo no Brasil até que em junho de
2013 recebi uma carta informando que tinha sido selecionada para estudar
comunicação na Universidade de Avignon, de setembro de 2013 até junho de 2014.
Para
começar, eu teria que fazer um curso de francês na cidade de Perpignan, no sul
da França, antes de iniciar os estudos em Avignon. Assim, eu deveria estar em Perpignan até o dia 1o. de
julho. Foi nessa hora que a ficha caiu!
Estava a caminho de outro país, sozinha, e
tinha menos de um mês para me despedir de todo mundo: família, amigos e
namorado. Acho que nenhuma dificuldade que eu tenha passado na França (e foram
várias!) tenha sido pior que o momento da despedida no aeroporto e depois
sentar-me solitária na sala de embarque esperando um voo para “um mundo”
totalmente desconhecido.
Os dois meses que passei em Perpignan foram as
melhores férias de verão da minha vida. As aulas aconteciam no período da manhã; à tarde ficávamos (eu e os outros
estrangeiros – entre eles alguns brasileiros) por conta dos passeios
organizados pela universidade: praia ou para lugares turísticos nos Pirineus, a
cordilheira localizada entre a França e
a Espanha, ou ainda visita às cidades
da Catalunha como Figueiras e Barcelona. O melhor: tudo de graça!
Em relação à alimentação, era tudo perfeito! Muita
‘coisa’ diferente encontrada nos supermercados e padarias: potes de 840g de
Nutella por apenas três euros e barras ‘super’ baratas de chocolate Lindt e
Milka de sabores que nunca tinha visto no Brasil. E por mais que brincamos
sobre franceses andando na rua com as baguette –que os franceses carregam debaixo
do braço pelas ruas- são incrivelmente boas, sem falar nos croissants, pains au
chocolat, crepes e todos os outros doces que eles sabem tão bem fazer. Era realmente tudo muito gostoso, porém,
infelizmente, não podemos viver sempre de praia e porcarias, né?
Chegando em Avignon começaram as aulas e as
coisas foram ficando mais complicadas. Cursar dez matérias em outra língua
não é muito fácil. Várias vezes eu não tinha a mínima ideia do que o professor
estava falando. Mas com o tempo fui pegando um pouco o jeito das aulas ,
conhecendo melhor a cidade -que diga-se de passagem é linda- e repensando minha
alimentação.
Antes desse intercâmbio, não estava acostumada
a preparar meu próprio almoço e jantar diariamente. No começo eu me virava
basicamente com o restaurante universitário e fast foods, o que já era melhor
do que os pães, croissants e Nutella. Mas logo fui ficando enjoada de comer
sempre as mesmas coisas –no restaurante universitário a comida nunca estava
temperada e tudo tinha sempre o mesmo gosto.
Surgiu, então, a necessidade de realmente
começar cozinhar. Mas, se assistir aulas em uma língua estrangeira é complicado,
imagine ir ao supermercado sem saber o nome das frutas, vegetais, etc. Inicialmente, eu anotava o nome de tudo e
buscava a tradução quando chegava em casa para descobrir o que eram e como poderia
prepará-los. Um dia, comprei um vegetal chamado “radis”, quando cheguei em casa descobri que tinha acabado de comprar nabo! Descobri também, que eu nunca soube no
Brasil como era um nabo!
Quando comecei a cozinhar, tentava fazer coisas bem simples, mas com o
tempo comecei a experimentar coisas novas, principalmente receitas e
ingredientes tradicionais da culinária Provençal e Mediterrânea. Comecei até a
ler sobre vinhos e harmonização com diferentes pratos já que a bebida é uma
parte tão importante da cultura francesa.
Atualmente acho que eu posso dizer que me viro
relativamente bem na cozinha: sei fazer coisas simples como um arroz e strogonoff
que antes não sabia. O que mais gosto, porém, são massas. Elas são fáceis de
fazer e nos dão uma possibilidade imensa de sabores diferentes, dependendo de cada molho. Gosto de pesquisar e testar receitas diferentes .
Para enviar uma receita para o blog pensei em
várias receitas exóticas de molhos como, por exemplo, um de beterraba com
queijo de cabra e nozes. Mas por fim decidi fazer uma receita com os principais
ingredientes que fazem parte da gastronomia do sul da França: o queijo, as
azeitonas, o tomate e, é claro, o vinho!
A receita é um talharim cozido no vinho tinto
com molho de tomates, azeitonas e queijo tipo feta”.
Talharim no Vinho Tinto
Ingredientes:
500g de tralharim
500ml de vinho tinto
250g de tomates cereja
6 tomates (picados sem
pele e sem semente)
100g de azeitonas
pretas
150g de queijo feta
4 colheres de azeite
de oliva
2 dentes de alho
manjericão
pimenta e sal a gosto
Preparo:
- Massa
Para o cozimento do talharim,
faça-o conforme as instruções da embalagem, porém retire-o do fogo uns 2 minutos antes do recomendado, escorra uma parte da água e termine o cozimento adicionando 300 ml de vinho.
- Molho
Em uma frigideira
coloque um dente de alho picado e duas colheres de azeite. Quando o alho
começar a dourar, adicione os tomates cerejas partidos ao meio junto com o manjericão
e frite os tomates por mais ou menos 2 minutos. Retire-os da frigideira e reserve.
Em outra panela,
adicione novamente alho e azeite e quando o alho começar a dourar, adicione os
6 tomates e o restante do vinho. Tampe a panela e deixe cozinhar até que os
tomates comecem a dissolver. Adicione,
então, o manjericão, o sal e a pimenta a gosto. Em seguida adicione as
azeitonas pretas e o tomate cereja e cozinhe por mais 1 minuto.
"Agora é só servir
sobre a massa, adicionar por cima o queijo feta e bom apetite!", encerra Tereza.
Lindo prato, Tereza!
Certamente deve estar apetitoso.
Obrigada pela contribuição!
Vamos testar sua receita e comentar, ok?
Com carinho,
Angela Caruso